A água dos rios que circundam várias das maiores minas de cobre e cobalto da República Democrática do Congo (RDC) é altamente tóxica, podendo provocar uma série de problemas de saúde na população local.
Segundo a Bloomberg, um relatório recente da RAID, uma organização de vigilância empresarial sediada no Reino Unido, e do African Resources Watch da RDC revelou que a água de quatro rios perto de algumas das maiores minas do país é "hiper-ácida" ou "muito ácida".
O estudo, efectuado por cientistas da Universidade de Lubumbashi, chama a atenção para o estado preocupante destas fontes de água.
De acordo com as primeiras conclusões, parece que o estado dos quatro rios se deteriorou ao ponto de já não serem capazes de sustentar peixes, e a água tornou-se perigosa tanto para os seres humanos como para os animais.
A indústria mineira do Congo depende fortemente da utilização de grandes quantidades de ácido para extrair o cobre e o cobalto do minério.
De acordo com a lei mineira, é da responsabilidade das empresas garantir que as águas residuais tóxicas não poluam os lençóis freáticos ou os cursos de água próximos.
De acordo com o relatório, uma investigação exaustiva efectuada durante 19 meses em 25 aldeias e cidades próximas de cinco grandes minas revela uma tendência preocupante.
O inquérito revelou que um número significativo de agricultores e pescadores relatou um declínio significativo nas suas colheitas e capturas nos últimos anos.
Os investigadores entrevistaram comunidades localizadas perto de minas pertencentes à Glencore, ao Eurasian Resources Group, apoiado pelo Cazaquistão, e ao Zijin Mining Group e ao CMOC Group da China.
De acordo com o relatório, as empresas que o Afrewatch e o RAID entrevistaram culparam a poluição histórica de minas mais antigas, a contaminação da mineração artesanal e outras actividades pelo estado da água da região.
Mathew Nyaungwa, Editor Chefe do Bureau Africano, para a Rough&Polished