A decisão tomada pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos, em meados de abril, de impor sanções contra o alumínio, o cobre e o níquel de origem russa poderá ter consequências negativas para a economia global, afirmou Vadim Petrov, membro da delegação russa na UNESCO e Secretário de Estado da Câmara Ecológica da Rússia, ao Izvestia.
"O alumínio, o cobre e o níquel são inestimáveis para a transição para uma economia verde e para a consecução dos objectivos de desenvolvimento sustentável", salienta.
Estes metais são extremamente importantes para a implementação do programa climático da ONU, que visa a transição para uma energia verde baseada em fontes renováveis. As novas sanções vão contra o "plano para um futuro melhor e mais sustentável para todos", adotado em 2015 por 193 Estados membros da ONU.
Entretanto, a reestruturação das cadeias de abastecimento mundiais de produtos de base essenciais poderá conduzir a uma mudança radical no panorama do mercado mundial dos metais. A proibição do comércio de metais russos em bolsas de mercadorias como a London Metal Exchange (LME) e a Chicago Mercantile Exchange (CME) poderia levar os consumidores a procurar fontes alternativas de abastecimento.
No final de março, a Rússia representava 91% das existências de alumínio, 62% das existências de cobre e 36% das existências de níquel nos armazéns da LME.
"A evolução [da situação do mercado] dependerá de muitos factores, incluindo a capacidade dos fabricantes para se adaptarem às novas condições e às mudanças na economia global. É aqui que a voz dos consórcios verdes como consumidores-chave deve ser significativa", concluiu Petrov.
Theodor Lisovoy, Editor Chefe do Bureau Europeu, para a Rough&Polished