As autoridades brasileiras afirmam ter praticamente acabado com as operações de mineração ilegal na reserva Yanomami da floresta amazónica, que causaram uma crise humanitária de doenças e desnutrição na região.
Nilton Tubino, responsável pela operação, disse à Reuters que forças policiais e militares, agentes ambientais e profissionais da saúde coordenaram ações para destruir acampamentos de garimpeiros e garimpos de ouro na área afetada. O objetivo era proteger a tribo indígena Yanomami, que teve seu modo de vida, plantações e caça prejudicados por causa das atividades ilegais de mineração.
“Estamos vendo muitos deles tomando banho nos rios e voltando a caçar, e clareiras sendo plantadas para alimentação”, disse ele.
De acordo com Tubino, as autoridades realizaram centenas de operações desde março e desmantelaram 42 pistas de aterragem clandestinas utilizadas pelos mineiros, incendiaram 18 aviões, apreenderam 92 000 litros de gasóleo, afundaram 45 barcaças de dragagem, destruíram 700 bombas e desmantelaram 90 antenas de ligação Starlink.
Desde então, a equipa montou um radar para monitorizar os aviões clandestinos na reserva. Com o apoio das forças armadas, a ação do governo conseguiu expulsar 80% dos mineiros.
A contaminação por mercúrio é uma consequência habitual das operações ilegais de extração de ouro. A poluição dos rios torna-os inabitáveis para os peixes, o que leva à subnutrição das tribos locais, afetando a sua capacidade de obter alimentos. O garimpo ativo também exacerbou os problemas de malária trazidos pelos mineiros, que foram resolvidos pelas autoridades com a abertura de postos médicos para os habitantes locais.
Theodor Lisovoy, Director de edição, para a Rough&Polished