A empresa estatal angolana de diamantes, Endiama, afirma que a sua colaboração com a Alrosa PJSC da Rússia desencorajou alguns compradores, embora a sua produção não esteja sujeita a sanções ocidentais.
A Alrosa detém uma participação de 41% no projeto angolano de Catoca, que também detém pouco mais de metade da nova mina de Luele.
A Bloomberg citou o diretor executivo da Endiama, José Ganga Júnior, que afirmou que Angola enfrenta ocasionalmente desafios com clientes em certos mercados devido ao facto de a Alrosa ser proprietária das minas.
No entanto, não quis revelar se a Endiama está a ser pressionada para retirar a Alrosa de Catoca.
“A Alrosa não tem qualquer interferência nas operações de Angola”, disse Ganga.
Para mitigar a capacidade do Kremlin de financiar a invasão da Ucrânia, o Grupo dos Sete resolveu proibir a importação de diamantes russos no início deste ano.
Embora o embargo tenha inicialmente abrangido todas as importações de diamantes em bruto diretamente da Rússia, foi alargado em março para incluir pedras tratadas em países terceiros.
Os EUA e a UE também sancionaram a Alrosa.
Ganga Júnior disse que a Endiama deve estabelecer um método para monitorizar e identificar os diamantes extraídos para cumprir as sanções do G-7.
A Alrosa contribuiu para a criação das minas de Catoca e Luele.
Os russos acham que o seu investimento angolano em diamantes está a impedir o desenvolvimento de Catoca e, por isso, informaram a Interfax, no início deste ano, que a Alrosa poderia considerar a venda das suas participações em Angola.
O ministro angolano dos Minerais e Petróleo, Diamantino Azevedo, disse em maio que a longa parceria do país com a Alrosa se tinha tornado “tóxica”.
Mathew Nyaungwa, Editor Chefe, para a Rough&Polished