O Banco Mundial publicou as suas últimas Perspectivas dos Mercados de Produtos de Base (Commodity Markets Outlook) e projetou que os preços globais dos produtos de base poderão cair 12% este ano e mais 5% no próximo.
A descida daí resultante poderá levar os preços das matérias-primas para os níveis mais baixos desde a década de 2020. Embora esta descida possa moderar os riscos de inflação a curto prazo decorrentes do aumento das barreiras comerciais, poderá também prejudicar as perspectivas de progresso económico em duas de cada três economias em desenvolvimento, segundo a organização.
"O aumento dos preços dos produtos de base tem sido uma bênção para muitas economias em desenvolvimento, dois terços das quais são exportadores de produtos de base", afirmou o economista-chefe do Banco Mundial, Indermit Gill, num comunicado.
"Mas agora estamos a assistir à maior volatilidade de preços em mais de 50 anos. A combinação de uma elevada volatilidade dos preços e de preços baixos é sinónimo de problemas".
Segundo ele, as economias em desenvolvimento teriam de tomar medidas cruciais para compensar o declínio, tais como restabelecer a disciplina fiscal, criar um ambiente mais favorável às empresas para atrair capital privado e liberalizar o comércio tanto quanto possível.
Segundo o relatório, os preços da energia deverão baixar 17% para o seu nível mais baixo dos últimos cinco anos, antes de descerem mais 6% em 2026. Entretanto, os preços do ouro deverão estabelecer um novo recorde em 2025, uma vez que os investidores procuram refúgios seguros para o capital num contexto de incerteza crescente, mas o preço estabilizará em 2026, acrescentou o Banco Mundial.
Theodor Lisovoy, Director de edição, para a Rough&Polished