A indústria mineira enfrenta "desafios consideráveis" para satisfazer a procura de cobre, níquel e outros metais para veículos eléctricos, maior do que a esperada, impulsionada por uma lei climática dos EUA, afirmou a S&P Global no seu recente relatório, citado pela Reuters.
A Lei de Redução da Inflação dos EUA (IRA) oferece benefícios fiscais para veículos eléctricos, painéis solares e outros produtos de energia renovável fabricados a partir de metais extraídos nos Estados Unidos ou em países com acordos de comércio livre com os EUA. Os metais provenientes de "entidades estrangeiras que suscitam preocupação", incluindo a China, a Rússia, a Coreia do Norte e o Irão, serão proibidos em 2025. Este facto desencadeou uma corrida entre os fabricantes para garantir o fornecimento.
As previsões da procura de vários metais para veículos eléctricos aumentaram 12% a 15% desde que o Presidente dos EUA, Joe Biden, assinou o IRA em agosto passado, de acordo com o relatório. Até 2035, espera-se que a procura de lítio, níquel e cobalto seja 23 vezes superior à de 2021, com a procura de cobre a duplicar no mesmo período, segundo o estudo. Todos os metais são amplamente utilizados em veículos eléctricos e outros produtos electrónicos.
São necessárias quantidades significativas de metais para baterias para satisfazer a nova procura. Apenas o lítio deverá estar disponível para as indústrias norte-americanas em quantidades significativas, enquanto os fornecimentos de níquel e cobalto não deverão satisfazer a procura, segundo o relatório. É pouco provável que a reciclagem forneça metais brutos suficientes.
"O comércio global de minerais reflectirá cada vez mais a concorrência entre os EUA e a China, bem como a Europa, por esses fornecimentos", afirmou Dan Yergin, vice-presidente da S&P Global. "O fornecimento de minerais vai estar cada vez mais ligado à geopolítica".
Theodor Lisovoy, Editor Chefe do Bureau Europeu,para a Rough&Polished