O Grupo BHP, a maior empresa mineira do mundo, está a realizar uma análise estratégica dos activos brasileiros de cobre e ouro que adquiriu com a aquisição da Oz Minerals, informa a Mining Weekly.
A aquisição da Oz Minerals, por 6,4 mil milhões de dólares, incluiu um depósito de ouro inexplorado e quatro pequenas minas de cobre e ouro, mas de elevada qualidade, no estado do Pará.
A aquisição faz parte da estratégia da BHP para avançar em direção aos principais minerais de transição para a energia verde. De acordo com a empresa, os chamados metais "virados para o futuro", que também incluem o níquel e o potássio, ingrediente dos fertilizantes, são fundamentais para o seu crescimento, à medida que a utilização do minério de ferro atinge o seu patamar e o mundo se afasta dos combustíveis fósseis.
"Trata-se de compreender os recursos e as oportunidades. Nunca operamos antes no Brasil", disse Carla Wilson, gerente nacional da BHP no Brasil. "Mas é claramente uma região de commodities voltadas para o futuro, nas quais a BHP está muito focada: cobre, níquel".
Até a aquisição, a presença da BHP no Brasil se limitava à Samarco, produtora de minério de ferro. A empresa ainda enfrenta as consequências do colapso de uma barragem mortal em 2015, incluindo um processo judicial no Reino Unido e a renegociação de um acordo de compensação com as autoridades brasileiras, ambos envolvendo potencialmente milhares de milhões de dólares.
A Samarco acaba de obter a aprovação do seu plano de recuperação judicial, numa reestruturação da dívida de anos desencadeada pelo desastre. Wilson disse que a BHP está focada em reparar os danos causados e em fazer com que a produção volte à capacidade total até 2028. As pelotas de minério de ferro da Samarco têm um preço elevado, pois são utilizadas na produção de aço com baixo teor de carbono.
Theodor Lisovoy, Editor Chefe do Bureau Europeu, para a Rough&Polished